Toma-me pela mão
Guia-me sem me deixar cair.
Não me deixe tropeçar.
Ouça o som do meu coração,
Ele parece que vai explodir,
Só de tentar imaginar...
O que vai acontecer?
Para onde vais me levar?
Só ouço o ruído da cidade,
De olhos vendados, não posso ver.
Mas sinto o vento a me tocar,
E no ar um cheiro de novidade.
Acalma-me com teu doce beijo.
Sinto um leve riso em tua boca
Que aumenta minha curiosidade.
Rouba-me o fôlego, como um bocejo,
Encaixa-me num abraço de forma louca
E aperta-me com intensidade.
Protege-me do frio que vem
Da saudade quando não estás,
Como geada, me deixa em prejuízo.
Porque só tu me fazes bem
Como nenhum outro me faz.
E teu riso é tudo que preciso.
Ouço o sussurro de tua voz grave,
A dizer-me que a gravata
Que me venda os olhos, vais desatar.
E não tem pensamento que me salve
Daquela invasão de ansiedade ingrata
Por não saber onde se está.
Surpresa! talvez há de gritar,
Enquanto a flor da visão desabrocha,
Trazendo consigo um largo sorriso,
Que sem saber como se comportar
Ascenderá minha paixão como tocha,
Queimando o que me resta de juízo.
Senti o nó se afrouxar, e o tecido
Escorregar pelo rosto, até sumir.
E tua mão me prendia tão forte,
Que pensei ter esquecido
Que do teu amor, eu não iria fugir
Nem para o sul nem para o norte.
Abri os olhos e comtenplei, o mar
Na sua calma, como quem adormece.
E em teu seio, nuas embarcações.
Me faltou asas para voar,
E ir o mais alto que quisesse
Para ver em todas as dimensões.
O contorno dos montes encaixados
No meio de nuvens silenciosas.
Como se tivesse sido proposital,
Para agradar casais apaixonados
A observar as mais formosas
Paisagens, de um cartão-postal.
Um qualquer, que seja
Capaz de sacudir as emoções
De quem pensa ter embutidas asas,
Que se abrem enquanto se beija
Os lábios doces das inspiraçoes,
Que ardem como fogueadas brasas.
E num relâmpago estridente,
Rompe o silêncio do olhar
E traz para fora uma poesia,
Que se contorce como serpente.
Enquanto a poeta de tanto amar,
Em miúdas rimas se esvazia.
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