Mas eu escolho acreditar
Em vez me esconder
Atrás de uma parede fria,
Pode parecer sem sentido,
Mas o amor decidiu me procurar,
E sem eu perceber
Trouxe de volta a alegria
Que eu tinha perdido.
Posso até me enganar de novo.
Se for, que Deus tenha compaixão
E cure os meus ferimentos...
Não quero fazer parte do povo
Que sempre joga pelo chão
Seus sonhos e sentimentos.
Pois, eu escolhi acreditar
Sem nenhum problema
Culpa ou sentença
Que os ombros me pese.
Que o amor há de voltar,
Desvendando meu emblema,
Mudando a minha crença
Naquela velha tese.
De que o amor não existe.
E que em vão se acredita
Na suas infinitas obras.
Mas pra quem insiste
A verdade suscita
Em meio às vãs manobras.
Me recuso a desistir de navegar.
Mesmo com o mar revolto,
Sabendo do risco de naufrágio,
Na mira de um pirata,
Que enlaça devagar
Qualquer coração solto.
Na sua teia de plágio
Banhada de prata.
O disfarce perfeito
Que roubou meu sorriso,
Quando vi, sem querer
Tinha gamado no trejeito inocente,
De um exímio conquistador.
Tiro que dilacerou meu peito,
Demolindo a torre do meu juízo.
E depois tentei me convencer
De que foi um acidente
Lhe chamar de "meu amor".
Acreditar no amor dói.
Febre de poesia que delira,
Excita as rimas de repente.
Mas a culpa é toda minha
Que coloco o coração na frente
Do trem, no meio da linha
Confiando no super herói
Que só existe na minha lira.
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